Jack Kerouac • On the Road

• Embora na minha adolescência tardia eu tivesse lido Charles Bukowsky, Carlos Castaneda e alguns poemas de Walt Wittman, foi só há poucos dias que li On the Road, de Jack Kerouac (1922-1969), traduzido por Eduardo Bueno com o título Pé na estrada.
• Trata-se do relato semi-autobiográfico do próprio autor, senão um dos primeiros hipsters, certamente um dos primeiros a formalizar este próprio conceito (que posteriormente veio a gerar o termo hippie).
• A ação se passa no pós-guerra, quando ex-combatentes retornados à pátria encontram-se sem empregos e com poucas perspectivas. Sal Paradise é um destes. Procura se afirmar na carreira de escritor, embora seja sustentado por uma velha tia com quem divide um apartamento em Nova York. Passa os dias perambulando pelo campus da Universidade, embora não esteja regulamente matriculado em curso nenhum. De certa forma apenas aguarda a chegada daquele que iria mudar sua vida, e jogá-lo definitivamente “na estrada”: Dean Moriarty, um vagabundo mulherengo e falastrão. Sal inicia então uma série de viagens de leste a oeste do país, e posteriormente ao México, de carona, ônibus ou em velhas latas-velhas guiadas por Dean em meio a viagens de maconha, benzedrina, excitantes e álcool.
• Embora não tenha propriamente um enredo empolgante, a narrativa é bastante fluida e divertida, e nas conversas entre Dean, Sal e todos os outros viajantes e “viajantes” surgidos ao longo das estradas, várias visões de mundo se confrontam. Vê-se surgir uma nova forma de se viver a vida, que iria inspirar os movimentos jovens do final dos anos 1960 e toda uma geração de poetas, escritores e ídolos da música popular, baseada na liberdade.
• Liberdade de ir e vir a qualquer lugar e a qualquer momento. Liberdade de pensar o que quiser, e sobretudo de expressar livremente essas idéias. Liberdade de viver a vida sem compromissos com o futuro – o que muitas vezes resultou em finais trágicos, porém em vidas intensas.

KEROUAC, JACK. On the Road (Pé na Estrada). (1ª edição em inglês: 1955). Tradução, introdução e posfácio de Eduardo Bueno. Porto Alegre: L&PM, 2004. Col. L&PM Pocket, n. 358. 380 p. R$ 19,50.
Sítio oficial do autor: www.jackkerouac.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Sugiro a leitura de John Fante, o pai de todos os poetas beat!